quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

“Marquês de Pombal na PT”

Nestes dias li um artigo na revista Exame Informática em que dava conta do colapso a curto prazo da rede de cobre propriedade da Portugal Telecom (PT).
Nesse mesmo artigo, referia que este possível colapso se deve entre outros factores, à elevada carga de download’s e vídeos de alta definição.
É claro que, com o avanço da tecnologia, a rapidez de processamento, o aumento de número de computadores pessoais, os serviços da WEB 2.0 e as aplicações on-line seria de esperar que a rede que outrora servia perfeitamente, a curto ou a médio prazo tornar-se-ia obsoleta. Não duvido que a rede de cobre da PT tivesse tido e ainda continue a ter um investimento brutal e que em muitos casos ainda valha a pena investir nessa rede. A questão é que os tempos são outros e a PT é gerida por profissionais que auferem milhares de euros mensais, profissionais esses que sendo pagos a preço d’ouro deveriam ter uma visão estratégica. Visão essa que, como todos sabemos é própria dos grandes gestores e que tem um carácter de longo prazo. Certamente esses “grandes” gestores têm medo de serem apelidados de megalómanos como foi o caso de Marquês de Pombal que após o terramoto de 1975, empreendeu uma magnífica reconstrução da baixa da cidade, trocando as apertadas ruelas medievais onde tanta gente morreu soterrada, por uma ampla malha de ruas largas ao mais recente estilo europeu.
É obvio que a passagem de uma rede de cobre para uma rede de fibra-óptica não se faz do dia para a noite e que requer um grande investimento. Mas poder-se-iam criar sinergias para haver uma economia de escala. Vejamos o seguinte exemplo:
No terceiro Quadro Comunitário de Apoio existiram 28 projectos de cidades e regiões digitais espalhados por todo o país, em que participaram muitos municípios como parceiros. Todos esses projectos, tinham uma vertente com grande valor de investimento referente à criação de infra-estruturas de comunicação em banda larga. Estou obviamente a falar da criação de redes em fibra-óptica. A PT com a visão de Marquês de Pombal teria aproveitado todos esses projectos para se associar como parceiro. Teria não só criado uma rede que servisse os interesses dos projectos e dos municípios que deles faziam parte integrante, mas também teria criado infra-estruturas que pudesse usar para a prestação de serviços a todos os clientes. Tudo isto com custos partilhados entre a PT e as entidades promotoras destes projectos.
Tudo isto para dizer que há pessoas que deviam viver mais de 300 anos.


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